terça-feira, 18 de dezembro de 2018

perdida

   Eu não sei como o meu coração pode ser tão cheio e tão vazio ao mesmo tempo. Eu amo todo mundo e não amo ninguém. Eu quero ficar sozinha, mas a solidão me machuca. Finjo que esqueço, mas lembro toda noite. Às vezes as memórias e os sentimentos se misturam e todas as pessoas viram uma só. Eu sou apaixonada por um conceito, uma junção de todas as pessoas que um dia amei de forma mais fiel. As palavras de um, o jeito de outro. A inteligência de alguns e o potencial de outros. As pintas e marcas  de todos. Quando eu sinto falta, não sei por quem estou realmente de luto. Talvez eu esteja de luto por mim mesma; por todas as esperanças que depositei neles e em mim mesma, e foram friamente assassinadas.
   Talvez eu só ame de fato a mim mesma.
   Estou sozinha como nunca estive.
   Não sei.